29 nov
2017

Educação Financeira Infantil Até que ponto a ‘mesada’ é importante?

Olá meus queridos!!!

Hoje voltei para falarmos mais um pouco sobre Educação Financeira.

Dias atrás escrevi o texto ‘Você está criando crianças Consumistas?’ http://karinavaladares.com.br/voce-esta-criando-criancas-consumistas/ . Depois disso recebi um email de uma leitora com a seguinte pergunta: “Karina, você acredita que a mesada/semanada é indispensável e crucial para uma boa Educação Financeira?”

Achei a pergunta interessante e resolvi responder por aqui, explorando um pouco mais esse assunto tão importante.

Primeiro ponto, eu não acredito em fórmulas prontas. Acredito no que funciona para cada família! Sendo assim minha resposta: é possível trabalhar conceitos que ajudarão na Educação Financeira sem necessariamente adotar o sistema de mesadas ou semanas.

Para que eu possa te ajudar a ver outros caminhos também promissores pensei em fazer uma trajetória desde o nascimento de um bebê. Conceitos que são fundamentais para o processo de Educação Financeira podem ser vivenciados desde o berço e também a partir do momento que a criança começa a ter noção que o dinheiro é um instrumento de troca.

Quando a mãe decide adotar horários para as mamadas do bebê ela o ajuda a desenvolver a #disciplina e a gerenciar a expectativa.

Já quando a criança está na faixa etária de 2 a 3 anos colocar limite nos desejos, controlando por exemplo os presentes, doces, guloseimas. Estamos ajudando a controlar a #ansiedade. Tudo isso se feito de maneira adequada a idade e que traga à criança a compreensão dos benefícios da dosagem é muito positivo. Essa é uma maneira de colocar de maneira lúdica a questão do controle, que no futuro o ajudará no dia a dia das finanças. A redução da ansiedade será importante aliado no desenvolvimento do hábito de poupança.

Quando chegamos na fase de 3 a 5 anos a criança poderá ter seu próprio cofrinho (ou caixinha) e aprender a guardar ali pequenas quantias que ganhar. Isso o fará vivenciar o hábito da poupança. Nesse momento já será possível trabalhar a #priorização dos desejos de consumo, quando chegar a hora de fazer a escolha do que comprar com o dinheiro do cofrinho.

Sei que, em alguns momentos, pode parecer teórico demais e por isso gosto de dividir um pouco de vivências. Eu fui uma criança que NUNCA recebeu mesadas, mas tive uma super Educação Financeira! 😉 ( talvez por isso minha paixão pelo assunto).

Vou contar um pouquinho sobre isso. Nasci numa família classe média baixa em 1980 (para quem não viveu…foram tempos de hiper- inflação, tempos muito difíceis para famílias que não tinham muitos recursos). Naquela época, desde muito cedo, eu vivenciei uma chefe de família que tinha na ponta do lápis todo o orçamento familiar e que tinha muito claros seus sonhos e objetivos.

 

Desperdício era algo que não existia. Eu e meu irmão participávamos do dia a dia da casa, íamos ao supermercado, fazíamos pesquisa de preços… e por vezes isso acontecia enquanto estávamos sozinhos, na faixa dos nossos 7…10 anos. Desejos como uma caixa de chocolates eram atendidos com moderação nas compras mensais. Presentes como brinquedos e roupas ganhávamos duas vezes ao ano: aniversário e natal (um detalhe importante: eram compras muito conscientes, pois minha mãe comprava pouco, mas em lojas de boa qualidade! Quanta sabedoria, afinal duravam…).

 

Ainda nessa fase tínhamos uma experiência muito enriquecedora durante as férias. Geralmente íamos para casa da nossa avó materna que morava numa capital. Lá ficávamos durante pelo menos um mês. Nossa mãe voltava para trabalhar, mas antes deixava-nos um dinheirinho para passar o mês e comprar alguma coisa durante os passeios (acho que o correspondente hoje a uns 50,00). Aquilo era o máximo, pois quando íamos ao shopping a mente voava e planejava várias compras. Mas sempre adiava para pesquisar um pouco mais.

Algumas vezes comprava algo como um novo LP ou fita cassete. Mas muitas vezes acabava não comprando nada e voltava com o dinheiro, talvez até acrescido de algo mais. A vovó gostava de colocar um dinheirinho numa caixinha de fósforos embrulhada para presente ;-)). Eu particularmente gostava de guardar para comprar presentes pra minha mãe!  Assim eu não teria que pedir a ela mesma dinheiro para presenteá-la 😉

Assim foi até o período da faculdade quando a dinâmica mudou devido a mudança de cidade ( mas aqui é assunto para um segundo momento…).

Espero que um pouco da minha história tenha servido para exemplificar que os conceitos de educação financeira estão no dia a dia. Exemplo da família no que se relaciona a consumo consciente e uma boa relação com o dinheiro são fundamentais.

Por fim o que tenho a dizer é que #educação financeira tem muito mais a ver com desenvolvimento de habilidades e competências através da construção de hábitos saudáveis do que com o controle do dinheiro em si.

Se ainda ficou alguma dúvida, ou gostaria que eu abordasse outros aspectos com relação ao assunto, é só me escrever! Vou amar!!!

Beijos e até a próxima! 😉

 

a autora

Karina Valadares

Mãe, esposa, profissional de finanças e empreendedora. Dedico minha vida à consultorias financeiras pessoais, assessoria de investimentos e organização de rotina.

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