17 nov
2024

Saúde financeira: a peça que falta no quebra-cabeça da longevidade

Por Karina Valadares, planejadora financeira*

A informação nos garante bons resultados? Vamos aos fatos. Se só a informação fosse suficiente, não teríamos médicos fumantes, economistas endividados… É claro que, de maneira geral, a informação é importante para tomarmos melhores decisões, mas não é suficiente. O nosso comportamento é que determina nossos resultados

Acho interessante como, ao longo dos anos, a informação relacionada ao estilo de vida saudável possibilitou a construção de novos hábitos associados à atividade física e alimentação. Podemos perceber como as pessoas mudaram sua relação com esses temas nos últimos 20 anos.

Ao longo do tempo, nos tornamos mais disciplinados com relação às atividades físicas e também com nossa alimentação. Isso aconteceu a partir da informação, seguida pela mudança de comportamento e, por fim, pela motivação vinda dos benefícios que alcançamos. Uma espécie de círculo vicioso, positivo.

Estudos mais recentes mostram que uma boa reserva de massa muscular nos ajudará a viver nossa longevidade com mais qualidade de vida. Muitos ganhos podem ser obtidos em relação ao metabolismo, questões circulatórias e, inclusive, nossa parte cognitiva. Tudo isso nos levará à tão sonhada autonomia.

O que me questiono, sendo uma amante do tema longevidade, é por que ainda não mudamos nosso comportamento a partir da informação em relação também às nossas finanças?

Você está preparado para viver 30 anos a mais?

Sabemos que vamos viver, ao menos, 30 anos a mais que nossos avós. E se estamos cuidando das dimensões física e mental, vamos envelhecer com condições de realizar muitos projetos e sonhos. Tudo isso exige de nós finanças equilibradas. Afinal, precisamos de dinheiro para atender às nossas necessidades e nossos desejos.

Foi a partir dessa inquietação e das informações disponíveis que conduzi um bate-papo com 35 profissionais da área da saúde no Rio de Janeiro. A conversa girou em torno de como a longevidade impacta nossas decisões financeiras e do motivo pelo qual ainda não modificamos o nosso comportamento relacionado às finanças na mesma proporção em mudamos a forma como nos relacionamos com o aspecto físico.

A conversa foi boa, mas muito podemos ainda tratar sobre a temática. Por hora, fica a reflexão:

o Pensemos no dinheiro como nossos músculos. Precisamos de reservas. Caso contrário, teremos uma desvalorização do patrimônio e, como consequência, uma redução dos frutos gerados por eles (na saúde física, sarcopenia = perda de massa muscular).

o Caso nós não tenhamos recursos suficientes para manter nossas necessidades, haverá uma sobrecarga no nosso fluxo de caixa (na saúde física, problemas cardiovasculares e sobrecarga do nosso coração).

o Não gerir bem nossos ativos com a devida diversificação, fazendo a mensuração correta, pode fragilizar nosso patrimônio e, por consequência, comprometer nosso fluxo de caixa (na saúde física, osteoporose ou fragilidade óssea, também impactada pela perda de massa muscular). E por aí vai.

A saúde financeira e a saúde física caminham juntas em muitos aspectos, sendo ambas fundamentais para a qualidade de vida e longevidade. Assim como o corpo exige manutenção e cuidados constantes para evitar o aparecimento de doenças, as finanças também precisam de gestão para prevenir crises e garantir segurança.

A saúde financeira e a saúde física demandam cuidado contínuo e estratégias de longo prazo. Assim como um corpo saudável exige exercícios, nutrição e um estilo de vida equilibrado, a saúde financeira requer investimentos, controle de dívidas, diversificação e planejamento. Ambas são interdependentes.

Investir no bem-estar físico e financeiro é fundamental para garantir um futuro estável, seguro e com qualidade de vida. Isso significa um presente e um futuro com AUTONOMIA. Seguirei estudando e provocando reflexões para, num futuro breve, assistir também à mudança de comportamento relacionada às finanças, assim como vi acontecer com a saúde física ao longo dos últimos anos!

a autora

Karina Valadares

Mãe, esposa, profissional de finanças e empreendedora. Dedico minha vida à consultorias financeiras pessoais, assessoria de investimentos e organização de rotina.

saiba mais